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Embedded finance, em português, finanças embutidas, refere-se à inclusão de soluções financeiras próprias ao portfólio de produtos já oferecidos por empresas que não são nativas desse setor.
Aqui estamos falando, por exemplo, de empresas que criaram os seus próprios bancos digitais, a exemplo do iFood, que por meio do Zoop Banking passou a oferecer aos seus parceiros de negócio serviços e produtos financeiros pertinentes a um banco.
André Calabro, diretor executivo da Via Varejo, empresa responsável pelas Casas Bahia, reforça esse posicionamento e destaca que colocar o varejo dentro da vida financeira do cliente sai da linha tradicional de bancos e promove uma verdadeira inclusão financeira e digital.
Com essa proposta, até outubro de 2020, a Casas Bahia já havia atingido a marca de 1,8 milhão de contas digitais em sua plataforma.
Um dos pontos positivos que mais se destacam com essa estratégia de embedded finance da Via Varejo está o baixo custo de aquisição de clientes.
Isso acontece porque redes varejistas como essa têm a vantagem de ter a marca já bastante consolidada junto ao público.
Esse contato mais estreito construído ao longo dos anos facilita a adesão de novas soluções por parte dos consumidores, reduzindo os gastos de atração da empresa.
Mas esse não é o único motivo pelo qual o varejo deve incluir produtos e serviços financeiros próprios ao seu negócio.
Confira, agora, todos os motivos pelos quais o conceito embedded finance é um dos que mais vai se destacar no próximo ano e ajudar a sua empresa a crescer.
O que é o conceito embedded finance?
Segundo André, “embedded finance é, no caso do varejista, ir além de só vender um produto.
Trata-se de incluir na jornada do consumidor serviços financeiros que contribuam para que ele tenha uma relação muito mais próxima e duradoura com essa empresa que não é do mercado financeiro propriamente dito.
É quando, de fato, entregamos para esse cliente soluções financeiras acopladas aos nossos serviços básicos, ultrapassando o ofertado por instituições financeiras tradicionais”.
Seria então o varejo o banco do futuro?
“Podemos dizer que o varejo é um canal de democratização e de inclusão financeira da população de baixa renda brasileira.
Esse setor tem uma responsabilidade e uma oportunidade muito grande de trazer essas pessoas que hoje estão fora do sistema financeiro e poder proporcionar serviços que façam diferença na vida delas”.
Por quais motivos vale a pena o varejo oferecer esse tipo de solução?
São vários os motivos que justificam por que vale a pena uma empresa trabalhar com embedded finance e expandir o seu portfólio de soluções.
Não deixe de ler “Qual a importância dos serviços financeiros? Por que você deve agregá-los ao seu negócio?”
É possível começar destacando o conhecimento realmente profundo que se tem dos clientes (ao contrário dos bancos tradicionais), bem como a proximidade e a relação de confiança entre consumidor e marca estabelecidas ao longo dos anos.
Utilizando as Casas Bahia como exemplo, a empresa tem um histórico de longa data no serviço de crediário.
Essa solução, especificamente, abrange um público desbancarizado muito grande, que são clientes que, de fato, têm pouco acesso aos serviços financeiros nos moldes que a gente conhece.
“Com a entrega de produtos financeiros próprios, nós proporcionamos para esse cliente sua a inclusão financeira.
Isso acontece por meio de uma conta digital embarcada de serviços financeiros, com cartão que ele pode utilizar para pagar as suas contas e ter acesso a crédito e, ao mesmo tempo, fazemos a inclusão digital desse consumidor.
Aqui, estamos falando de pessoas que não têm o meio digital como uma ferramenta fácil de lidar.
Assim, quando fazemos uma conta digital simples, conseguimos agrupar esses dois conceitos. Ou seja, permitir que ele tenha um serviço financeiro que esteja atendendo às suas necessidades por um meio simples que, até então, ele não conhecia.
Somado a isso, usamos as lojas das Casas Bahia para que, justamente, caso esse cliente tenha alguma dificuldade, possa usá-las como ponto de aconselhamento, de retirada de dúvidas. Em outras palavras, usar as lojas como uma agência bancária.
O consumidor também tem um ponto de referência para ter esse aprendizado contínuo por meio de um contato físico, um contato humano, que é o nosso vendedor”.
Quais as vantagens do embedded finance?
Especialmente no varejo, há uma importante vantagem do embedded finance que destaca a oferta de serviços financeiros dessas empresas das oferecidas pelos bancos tradicionais, que é o atendimento.
De acordo com André, o cliente da Casas Bahia, por exemplo, vê o vendedor com familiaridade, o que também facilita a adesão.
“Quando falamos de classe C, de pessoas que têm menos acesso a serviços financeiros ou a instituições tradicionais, acreditamos muito que a linguagem usada tem um impacto muito grande com o cliente, que fica muito à vontade para vir à loja tirar as suas dúvidas.
Na verdade, o nosso pessoal de loja (caixa, vendedor) é como se fossem consultores, mas aqueles consultores amigos, aquela pessoa que consegue fazer esse trabalho de maneira simples.
Outro ponto relevante é o fato de as nossas lojas estarem abertas de segunda a segunda e em horário estendido, o que também facilita com que o cliente que está trabalhando possa ir fora do horário bancário tradicional, se precisar, ainda que tenha a sua conta digital pela qual pode fazer tudo pelo celular”.
Outros benefícios do embedded finance
Além dessas vantagens, há vários outros benefícios que justificam por que vale a pena as empresas aderirem ao conceito de finanças embutidas. Entre os que mais se destacam estão:
Maiores chances de fidelizar os clientes
Ao criar e entregar produtos e serviços financeiros próprios, o negócio consegue resolver problemas pontuais dos seus clientes, já que tudo é pensado e desenvolvido baseado nas dores e necessidades do público-alvo.
Ao encontrar tudo o que precisam em um único lugar — no caso, a sua empresa — as chances de fidelização aumentam, visto que o consumidor não precisa mais utilizar várias companhias diferentes para atender às suas demandas.
Atendimento de novos grupos de consumidores
O campo de atuação da empresa também tende a expandir, considerando que agregar soluções financeiras ao portfólio de serviços já existente pode gerar novas oportunidades de negócio.
Por conta disso, a marca também se torna mais atraente para novos grupos de consumidores, que podem ser atraídos inicialmente pela oferta de produtos financeiros, mas se interessarem pelos outros disponibilizados pela marca.
Adição de um novo diferencial competitivo
Esses dois benefícios anteriores levam a este, que é a conquista de um novo diferencial competitivo. Isso acontece porque a companhia tem a chance de se antecipar aos concorrentes e entregar soluções que não são entregues por eles, ainda que atuem no mesmo ramo e tenham público-alvo semelhante.
Obtenção de uma nova fonte de receita
Somado a tudo isso está a possibilidade de obter uma nova fonte de receita, a qual é gerada por meio da cobrança de taxas e tarifas dos clientes pelos serviços financeiros oferecidos.
Ou seja, sem precisar sair do core business do negócio, uma série de vantagens rentáveis podem ser obtidas apenas por incluir soluções financeiras ao portfólio do negócio.
Como funciona o embedded finance, na prática?
A oferta de finanças embutidas em uma empresa que não é desse setor funciona por meio da utilização de APIs, Application Programming Interface, que são conjuntos de instruções e ferramentas de programação que viabilizam a comunicação entre dois pontos.
Comumente oferecidas por uma fintech as a service, são nessas APIs que estão toda a tecnologia necessária para criação dos serviços financeiros.
Na prática, quem está contratando essa solução não precisa se preocupar com o desenvolvimento dos produtos, nem tão pouco com as regulamentações que envolvem esse segmento, pois tudo isso é resolvido e tratado pela empresa contratada.
Basicamente, a quem está adquirindo as APIs, basta parametrizar de acordo com as regras do negócio, bem como inserir a própria marca, a qual aparecerá em todos os produtos e serviços oferecidos para o público.
Com isso, é possível criar um banco digital completo, com tudo que ele inclui, por exemplo:
- consulta de saldo;
- consulta de extrato;
- cartão de crédito;
- cartão de débito;
- cartão pré-pago;
- transferência de valores (TED, DOC e Pix)
Dica de leitura: “API para banco digital: conheça a solução que permite incorporar serviços financeiros ao seu negócio!”
Quais setores mais se beneficiam ao trabalhar com finanças embutidas?
É possível dizer que todos os setores se beneficiam ao trabalhar com finanças embutidas. Entretanto, quando se fala desse tipo de serviço, o varejo é o primeiro que surge à mente.
Um dos principais motivos é que esse setor já trabalhava com conceitos parecidos antes mesmo da chegada do embedded finance, que era a oferta de crediário que já mencionamos. Além disso, as redes varejistas têm a característica de terem uma grande proximidade com o público, por vezes estabelecendo uma relação de confiança de longo prazo.
No entanto, isso não significa que outros segmentos não possam ter vantagens. Na verdade, é bem o contrário disso!
Um bom exemplo é o iFood, que após ter criado as suas próprias maquininhas de cartão, otimizando todo o fluxo de entrega dos seus parceiros de negócio e também o split de pagamento, desenvolveu o Banco dos Restaurantes com a ajuda da Zoop.
O que esperar do futuro do embedded finance no Brasil?
Um dos principais objetivos das finanças embutidas é oferecer ao público-alvo de um negócio produtos e serviços financeiros desburocratizados e mais baratos, totalmente alinhados com o seu perfil e atuais necessidades.
Se por um lado a empresa ganha em competitividade, aumento do poder de atração e de fidelização, diferencial competitivo e mais, por outro seus clientes também conquistam inúmeras vantagens com essa oferta, a exemplo de custos reduzidos e facilidade de acesso a esses serviços.
Aqui, vale destacar que as decisões do Banco Central têm contribuído bastante para melhorar o ecossistema financeiro brasileiro, fomentando a competitividade e a criação de novas soluções.
Dois bons exemplos desse comportamento são as regulamentações fintechs, que possibilitaram a expansão da atuação dessas empresas, gerando mais oportunidades para esse segmento, e o Open Banking.
No caso do Open Banking, ele torna mais fácil para os clientes bancários migrarem entre instituições financeiras e/ou de pagamento sempre que quiserem, o que tende a facilitar a adesão a serviços oferecidos por empresas que não são nativas desse setor.
Além disso, o compartilhamento de informações, mediante prévia autorização do titular da conta, contribui para a entrega de produtos mais alinhados com a necessidade do cliente, bem como para reduzir o tempo de liberação de serviços como empréstimos e financiamentos, visto que seu histórico é facilmente acessado.
A soma de todos esses pontos levam a entender que a tendência é que a entrada de empresas de outros setores no financeiro cresça mais a cada dia, o que gerará vantagens para todos os envolvidos.
Qual o melhor caminho para aderir ao embedded finance?
O conceito embedded finance se tornou possível graças às regulamentações facilitadas do Banco Central e às soluções Banking as a Service oferecidas pelas fintechs.
No entanto, muitas empresas ficam na dúvida se vale mais a pena fechar parceria com uma fintech as a service, ou criar seus produtos e serviços financeiros internamente.
Não deixe de ouvir este episódio do Papo na Nuvem:
Para o representante da Via Varejo há duas formas de chegar a essa resposta.
A primeira é considerar que, hoje, existem diversas iniciativas que estão sendo desenvolvidas por fintechs que suprem essa necessidade maior que é, por exemplo, ter uma conta digital própria para a sua empresa.
Com essa parceria, é possível oferecer esse serviço sem precisar desenvolver a solução toda “dentro de casa”.
A segunda é referente a core bancário, ou seja, ter uma preocupação sobre quanto aquela solução é fundamental e o quanto é possível acelerar essa iniciativa ao fazer parceria com uma fintech ou desenvolvendo internamente.
“Acredito que, para cada iniciativa, deve ter uma avaliação constante daquilo que é primordial fazer de maneira interna e daquilo que pode ser feito com uma fintech, para que a sua proposta seja acelerada e você atinja objetivos muitos maiores em curto prazo.
Quando fazemos essa avaliação, vemos que há uma série de iniciativas desenvolvidas hoje pelas fintechs que são muito inovadoras, muito seguras, e que estão um passo à frente daquilo que poderíamos fazer dentro de casa.
O que acontece muito é a empresa pensar mais no negócio, no entanto, é preciso lembrar que esse não está desacoplado da tecnologia.
Muitas vezes, a volúpia é tão rápida que você precisa, de fato, de parceiros para que possa dar o próximo passo.
Existem serviços e soluções que lhe ajudam a já implementar as próximas etapas, sem ficar travado no conceito que é necessário primeiro fazer uma coisa para depois fazer outra, conseguindo, assim, acelerar muito o desenvolvimento da sua solução”.
Confira na íntegra a opinião de André Calabro sobre Embedded Finance:
Confira na íntegra a opinião de André Calabro sobre Embedded Finance:
Podemos dizer, portanto, que o segredo está em unir as forças de quem entende do público (empresa) com quem entende de tecnologia (fintech).
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