Open Finance: desafios e oportunidades do novo conceito
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O Open Finance consiste na expansão dos benefícios do compartilhamento de dados bancários e financeiros dos clientes a todo o mercado financeiro.
Com isso, o cliente tem a liberdade de escolher com qual instituição ou empresa prefere se relacionar para adquirir determinado produto ou serviço, sem que seja necessário iniciar esse relacionamento do zero.
Em outras palavras, é uma portabilidade dos seus dados, no momento em que julgar adequado fazer isso.
De uma maneira resumida, podemos dizer que o Open Finance é a evolução do Open Banking, visto que a sua abrangência é muito maior.
Entenda mais sobre o Open Banking assistindo este vídeo da Zoop:
Um dos motivos é que, além do compartilhamento de informações com foco em aumentar a competitividade e fomentar a criação de produtos financeiros de bancos e fintechs, esse novo conceito também contempla todo o sistema financeiro nacional.
Com isso, outros players desse mercado têm a oportunidade de melhorar a sua oferta de soluções financeiras com base nessas regras, aumentando o leque de opção dos clientes para escolher entre uma ou outra empresa para resolver os seus problemas.
Mas quais serão as oportunidades que um sistema de compartilhamento de dados mais amplo vai trazer? E quais os desafios para os seus participantes?
Sobre o tema conversamos com Gustavo Gierun, sócio da Distrito, plataforma de inovação para startups, corporações e investidores.
O que é Open Finance
Open Finance é o novo termo que será utilizado para nomear o Open Banking aqui no Brasil.
A nova nomenclatura — anunciada durante uma live pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em setembro passado —, se fez necessária visto que o conceito de compartilhamento de dados será muito mais abrangente que a proposta inicial.
Ou seja, enquanto o Open Banking visa o compartilhamento de informações sobre contas e serviços de pagamento entre bancos e instituições do segmento, o Open Finance vai além, incluindo toda a abertura do sistema financeiro e abrangendo muito mais participantes.
Leia também: “Regulamentação do Open Banking: quais oportunidades de crescimento gera para a sua empresa?”
Em outras palavras, o Open Finance pode ser definido como uma evolução do Open Banking, no qual o compartilhamento de dados envolve os serviços bancários tradicionais, mas também investimentos, seguros, previdência e vários outros produtos financeiros.
A mudança do Open Banking para o Open Finance também garante a participação de muitos outros players, não se limitando apenas a bancos e fintechs.
Com isso, diversos segmentos têm a oportunidade de se beneficiar do compartilhamento de informações dos clientes para criarem e oferecerem soluções mais personalizadas para as suas atuais necessidades.
Somado a isso, haverá um aumento na competitividade entre esses participantes, uma vez que o cliente terá total liberdade de escolher aquele que melhor lhe atender, sem precisar iniciar essa relação do zero.
A importância dos serviços financeiros para as empresas
Segundo Gustavo Gierun, sócio da Distrito, apesar da tragédia social e econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, 2020 foi um ano superespecial para toda a indústria de tecnologia, inovação e, principalmente, as fintechs.
Segundo dados do Dataminer, área de inteligência de mercado do Distrito, atualmente o Brasil tem mais de 850 fintechs empregando mais de 50 mil pessoas.
“Isso mostra a relevância da indústria de fintechs para o país e como esse segmento tem ajudado a sociedade a se desenvolver também”.
Aproveite e ouça este episódio do Papo na Nuvem: “Empresas fintechs: a democratização dos serviços financeiros no Brasil”
Gustavo ressalta que a evolução da digitalização da economia tem feito com que empresas de diferentes setores passassem a oferecer serviços financeiros para os seus clientes.
“É muito importante que as empresas ofereçam essa estrutura de Open Banking (em breve Open Finance). Porém, é preciso que essa conexão com os usuários seja feita de uma maneira segura, transparente e confiável para o cliente.
O consumidor precisa ter a certeza que os seus dados estão protegidos e que ele está se relacionando com alguém que legitimamente quer ajudá-lo, construindo novos produtos e serviços.
Portanto, o Banking as a Service é fundamental para o desenvolvimento dos serviços financeiros agregados a outros setores da economia brasileira.
O BaaS é uma ferramenta essencial para essa entrega, independentemente do setor no qual as empresas que vão oferecer os produtos financeiros atuem”.
Dica de leitura: “Como está a oferta e a adesão do Banking as a Service no Brasil e no mundo?”
Os desafios do Open Finance
O Open Finance tem como base o Open Banking, que é o compartilhamento de dados bancários mediante a autorização do cliente.
Esse conceito se baseia na premissa que esse cliente é o real dono das suas informações, e não as instituições financeiras. Com isso, tem o direito de compartilhá-las com a empresa que quiser, a qualquer tempo.
Justamente essa característica pode ser um dos principais desafios do Open Finance. Para que a proposta dê certo e gere resultados positivos a todos os envolvidos, é fundamental a adesão do público.
Apesar de abrir um leque de oportunidades e acesso mais fácil e rápido a produtos e serviços financeiros mais baratos e personalizados, é possível que haja certo receio dos clientes no que diz respeito à segurança das suas informações.
Assim, além do atendimento à LGPD, Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, será preciso um trabalho de conscientização junto aos usuários reforçando que o Open Finance é seguro e benéfico.
Para as empresas que vão aderir ao sistema de compartilhamento de dados, Gustavo destaca alguns pontos de atenção para o próximo ano, que é quando o conceito passará a vigorar:
“Acredito que o ano de 2021 vai ser muito importante para a definição dos caminhos que a tecnologia vai percorrer dentro das diferentes indústrias.
Na área de serviços financeiros, certamente, veremos transformações brutais do comportamento das empresas e dos consumidores.
Aqui, o mais importante tanto para os clientes quanto para as corporações, é a capacidade de adaptação. A legislação vai mudar, a regulação vai mudar, as pessoas e os seus comportamentos irão mudar.
Então, quem for capaz de se adaptar mais rápido, de criar experiências melhores para os seus clientes, vai conseguir se destacar frente a uma série de soluções que existem hoje no mercado”.
As oportunidades geradas pelo Open Finance
O Open Banking e o Open Finance chegam cercados de expectativa no que diz respeito a novas oportunidades de negócios.
De acordo com Gustavo, ainda é cedo para afirmar quais possibilidades os conceitos vão gerar e quais segmentos serão mais beneficiados.
Porém, um ponto é certo, a barreira para entrada no mercado de serviços financeiros será muito menor. Isso será vantajoso para todos os setores, e não apenas para os nativos do mercado de serviços financeiros.
“Pessoalmente, acredito que o varejo físico e online, além dos marketplaces, certamente serão muito beneficiados. Vai existir uma fluidez muito maior no processo de compra, principalmente quando essa for parcelada.
Além disso, todos os serviços e aplicativos de gestão de dados pessoais, educação e planejamento financeiro também poderão criar soluções mais interessantes para o consumidor.
Com o Open Banking qualquer empresa ou indústria, independentemente do seu setor, vai poder melhorar a experiência do seu usuário e do seu consumidor.
Por isso, a tendência é que todos os setores acabem, de uma maneira ou de outra, provedores de serviços financeiros.
O ponto importante aqui é entender que as oportunidades são imensas e só depende da criatividade dos empreendedores para encontrar o melhor ângulo para utilizar as informações compartilhadas”.
Quer saber como incluir a sua empresa nesse processo e também se beneficiar com o novo conceito?
Então leia o artigo “Banking as a Service vs Open Banking: diferenças e vantagens para o seu negócio” e confira tudo o que é preciso!
Confira na íntegra a opinião de Gustavo Gierun sobre Open Finance:
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