Competitividade no segmento financeiro: fintechs, instituições financeiras e reguladores
A competitividade no segmento financeiro é um dos melhores caminhos para o aprimoramento dos produtos e dos serviços oferecidos aos clientes, que acabam ganhando muito com essa concorrência.
Mas quando se fala em competitividade no sistema financeiro, a primeira disputa que surge à mente é a estabelecida entre empresas fintech e bancos tradicionais.
De acordo com um levantamento realizado pela Distrito, plataforma de inovação aberta, o Brasil já conta com 828 fintechs.
Apesar da vasta oferta e de todas as vantagens para os clientes, não se pode dizer que as startups de serviços financeiros já ocuparam todo o espaço das instituições tradicionais.
Uma pesquisa realizada entre setembro e outubro de 2019, pela Fujitsu, empresa líder em tecnologia da informação e comunicação, mostrou que, apesar de os brasileiros serem mais abertos aos serviços financeiros digitais que qualquer outra nação, o banco tradicional ainda é o preferido pela maioria.
A pesquisa apontou que 27% dos brasileiros entrevistados mesclam as suas movimentações financeiras entre bancos tradicionais e fintechs. Porém, 70% desejam interagir apenas com um tipo de instituição financeira nos próximos 5 anos.
Se, aparentemente, há público para os dois segmentos, por que a competitividade no segmento financeiro parece mais acirrada a cada dia?
Um dos motivos é que as fintechs trouxeram transformações realmente importantes e significativas para esse setor, tanto que os próprios órgãos reguladores facilitaram a atuação dessas empresas.
A outra razão é que os clientes esperam por experiências melhores, mais digitais, rápidas, seguras e práticas, o que leva os bancos tradicionais a se adequarem a esse novo perfil para não perder público com o passar dos tempos.
O que mais se pode esperar da competitividade no segmento financeiro? Quais outros impactos esse tipo de concorrência pode gerar?
Por que há competitividade no segmento financeiro?
Se os clientes estão mesclando serviços financeiros entre bancos tradicionais e fintechs, o que motiva a competitividade no segmento financeiro?
Para responder essa questão, vamos partir do princípio sobre o que é competitividade empresarial.
O termo diz respeito à competição entre duas ou mais empresas que tem como objetivo aumentar o seu volume de vendas e a sua lucratividade.
Para isso, as organizações buscam o aprimoramento dos produtos e serviços oferecidos aos clientes, melhorando a sua qualidade, possibilidades e abrangência.
No que diz respeito ao setor de serviços financeiros especificamente, a competitividade incentiva a inovação, o uso de novas tecnologias, o atendimento mais pontual das necessidades dos clientes, além de fomentar o crescimento econômico do país.
Um estudo da Deloitte destaca que, mesmo as fintechs ainda não sendo protagonistas desse mercado, a atuação dessas empresas é um importante ponto de partida para definição de novas infraestruturas, além de ditarem o ritmo e a direção dessas mudanças.
Qual o papel das fintechs nesse ambiente de competitividade no sistema financeiro?
Ainda segundo a Deloitte, as fintechs tiveram um importante papel transformador no sistema financeiro.
Um dos motivos é que essas startups conseguiram atender às atuais necessidades dos consumidores do setor, que dizem respeito a experiências bancárias mais dinâmicas e desburocratizadas.
Outro ponto que não podemos deixar de citar é que a participação das fintechs no ambiente de competitividade no segmento financeiro contribui para aumentar as taxas de bancarização, especialmente por essa característica de acesso a produtos e serviços livres de burocracia e custos e tarifas reduzidos (muitos até gratuitos).
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Além disso, as fintechs são uma excelente oportunidade para que as instituições financeiras tradicionais se adequem mais rapidamente a esse novo cenário. O conceito “embedded fintech”, ou fintech embutida, reflete bem isso.
Trata-se da integração das startups de serviços financeiros a instituições tradicionais já atuantes nesse setor.
Essa parceria permite, por exemplo, que os bancos que não são nativos digitais modernizem os seus produtos e serviços em menos tempo, uma vez que o desenvolvimento e a tecnologia ficam sob responsabilidade das fintechs.
E os órgãos reguladores?
Os órgãos reguladores também têm grande peso e participação no incentivo à competitividade no segmento financeiro.
A Agenda BC# do Banco Central, por exemplo, visa fomentar essa concorrência entre as empresas do setor e também a inclusão, a transparência, a educação e a sustentabilidade.
Com foco em expandir a atuação dessas startups, o órgão regulador já tomou uma série de ações nos últimos anos.
As regulamentações para as fintechs deram mais autonomia para essas empresas, que deixaram de poder atuar apenas como correspondentes bancários para utilizarem os seus próprios recursos, entre outras possibilidades.
Quais resultados podem ser vistos com a competitividade no segmento financeiro?
Como mencionado anteriormente, a competitividade no segmento financeiro é essencial para o aprimoramento dos produtos e serviços, bem como para melhorar a experiência dos clientes bancários.
As fintechs, inclusive, ajudam a acelerar esse processo, uma vez que têm a tecnologia e a inovação como parte predominante do seu DNA.
Uma pesquisa realizada pela PwC constatou que 73% dos executivos de bancos tradicionais acreditam que esses sofreriam algum tipo de ruptura com a chegada das startups de serviços financeiros.
Ainda que 64% dos clientes prefiram as instituições tradicionais às fintechs, segundo a Fujitsu, 4 a cada 5 entrevistados quer que seus bancos sejam mais inovadores e que aumentem o acesso a serviços digitais.
Inclusive, essa característica e as experiências vividas com o uso de soluções financeiras digitais ajudam a definir em qual empresa vão permanecer como clientes nos próximos anos.
Em resumo, a competitividade no segmento financeiro é essencial para a entrega de experiências melhores e para que bancos tradicionais e fintechs continuem atraindo novos clientes e retendo os que já estão na sua base.
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