Setor supermercadista: qual a influência da pandemia no processo de digitalização dos supermercados?
Considerado um serviço essencial, o setor supermercadista foi um dos poucos que se manteve em atividade mesmo após o início da quarentena imposta pelo novo coronavírus.
No entanto, ainda que atuante, foi preciso que os mercados se adaptassem para atender à nova realidade dos consumidores, que é de permanecer em casa cumprindo o isolamento social.
A 5ª edição da pesquisa “Impacto nos hábitos de compra e consumo” realizada pela Opinion Box, mostrou que 44% dos entrevistados afirmaram ter diminuído o número de vezes que saem para irem ao supermercado.
Porém, sabemos que as “compras de casa” não podem deixar de ser feitas.
Assim, para evitar um possível contágio pela Covid-19, muitos consumidores passaram a buscar mercados que oferecem a opção de compras online e que tenham sistema de entrega por delivery.
Por todos esses motivos, as empresas desse segmento que ainda não tinham presença no mundo do comércio eletrônico viram a necessidade (urgente) de iniciar as vendas dessa forma.
De outro lado, as que já atuavam, ainda que timidamente, viram um aumento na demanda, o que também levou à necessidade de adaptações.
Que outras mudanças a pandemia do coronavírus trouxe para o setor supermercadista? Essas modificações tendem a permanecer no futuro, ou têm importância apenas neste momento?
O impacto da pandemia no setor supermercadista
Ainda que não tenha sido um dos segmentos temporariamente fechado por conta da quarentena, o setor supermercadista sentiu os impactos e precisou se adaptar para se manter ativo.
Seguindo novas normas de higiene e de prevenção, os mercados precisaram modificar sua rotina de limpeza interna, controlar melhor a entrada de clientes em suas lojas, bem como ter cuidado extra com a saúde de seus funcionários.
No entanto, não foram apenas esses pontos que o setor supermercadista precisou se ajustar.
Uma das modificações que mais se destaca diz respeito à digitalização dos supermercados. Os que, até então, não realizavam vendas online, viram a necessidade e a urgência de passarem a atuar dessa forma.
Dos pequenos empreendimentos de bairros, até os grandes varejistas, todos precisaram fazer algo para atender ao novo comportamento do consumidor frente ao receio de um contágio pela Covid-19.
Segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), alguns mercados que já tinham presença virtual notaram um aumento superior a 180% no volume de compras nas categorias beleza, saúde, bebidas e alimentos.
Só em São Paulo, região considerada o epicentro da pandemia do coronavírus no Brasil, a Associação Paulista de Supermercados (APAS) apontou um crescimento de 81% nas vendas online de mercados, isso apenas entre os dias 6 e 12 de abril.
A atuação online do setor supermercadista antes do coronavírus
No entanto, ainda que alguns dos grandes varejistas já atuassem dessa forma, de maneira geral, o setor supermercadista não tinha forte presença no comércio eletrônico.
Parte disso tem relação com a questão cultural, ou seja, os consumidores estão acostumados a comprarem eletrônicos, vestuários e outros itens virtualmente, mas não estão habituados a comprar frutas, verduras, arroz, feijão e outros alimentos da mesma forma.
Assim, quando o coronavírus chegou ao Brasil e levou ao isolamento social como forma de controle à proliferação da doença, boa parte do setor supermercadista ainda estava se adaptando para atuarem digitalmente.
Segundo especialistas, as vendas via internet do setor supermercadista representava apenas de 1% a 5% do faturamento dessas empresas.
Em uma visão geral, a justificativa para a baixa adesão a essa forma de venda tem relação especialmente com o controle de estoque e com a logística de entrega.
No entanto, a pandemia do coronavírus e o tão aguardado “novo normal” mudaram esse formato.
Como está sendo o processo de digitalização do setor supermercadista
A fim de atender a essa nova realidade e, dessa forma, não perder seus clientes, o setor supermercadista passou a buscar soluções digitais para continuar a vender e a crescer.
Empresas que antes não tinham plataformas de vendas (sites), ou que tinham, mas com pouca atuação, viram a importância desse canal, especialmente agora durante o isolamento social.
Um bom exemplo é a rede Compre Bem, que faz parte do GPA, Grupo Pão de Açúcar. A empresa anunciou a oferta de seu comércio eletrônico para 21 cidades do interior de São Paulo.
Criado para operar como varejo omnichannel — ou seja, com a opção de comprar online e retirar na loja, ou por sistema de entrega delivery — o projeto estava previsto para ser lançado apenas em 2021.
No entanto, por conta da pandemia do coronavírus, e da necessidade de atender ao novo comportamento de compra, a companhia resolveu antecipar essa estreia.
Mas os aplicativos de supermercados também tiveram forte crescimento e impactaram na digitalização do setor supermercadista.
O Supermercado Now, plataforma que conecta clientes a supermercados parceiros, identificou que a média de vendas foi de 5 a 6 vezes maior nas semanas seguintes ao anúncio da pandemia no Brasil.
Porém, mesmo mercados que não disponham de soluções próprias, também podem se beneficiar dos aplicativos e dos meios de pagamento eletrônicos para atenderem seu público virtual.
O iFood, uma das empresas parceiras da Zoop, é um bom exemplo de app para essa finalidade.
Assim como a parceria que tem com restaurantes e lanchonetes, os mercados divulgam seus produtos pela plataforma e seus clientes realizam as compras diretamente pelo site ou aplicativo da empresa do iFood.
Quais os principais desafios e o que esperar do futuro desse setor
Definitivamente, a inovação em marketplaces, e-commerces e venda presencial foi fortemente impulsionada pela pandemia do coronavírus.
Como exemplo podemos citar o uso cada vez menor do dinheiro impresso — prática, inclusive, incentivada pela própria Organização Mundial de Saúde (OMS) a fim de evitar a proliferação da Covid-19.
Em consequência disso, os pagamentos digitais se tornaram a melhor opção, contribuindo ainda mais para a digitalização do dinheiro.
Ouça este podcast do Papo na Nuvem e entenda mais sobre os impactos da digitalização do dinheiro.
Por tudo isso, o setor supermercadista também não passou ileso por essas mudanças.
No que diz respeito ao seu processo de digitalização, a adequação passa também pela necessidade de buscar soluções que garantam a segurança da empresa e dos clientes.
A prevenção a fraudes de pagamento, por exemplo, é um cuidado que visa evitar perdas financeiras para consumidores, varejistas, bem com o comprometimento da reputação da marca.
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Além disso, as compras em supermercados feitas remotamente impactam diretamente na experiência de compra do cliente.
Um dos motivos é que o processo de escolha de cada item, que antes era feito pelo próprio consumidor, passa a ser realizado por um funcionário, que precisa ter treinamento e cuidado para escolher o que há de melhor para o cliente.
Pensando nesses e em outros pontos do processo, e de como será o “novo normal” do setor supermercadista, conversamos com o Marco Zolet, CEO de Supermercado Now.
O Supermercado Now é uma jovem empresa de tecnologia. A startup é uma plataforma que conecta consumidores a supermercados pela internet.
Para os clientes a empresa gera comodidade, uma vez que recebem suas compras em casa ou no trabalho em até 2 horas após o pedido, ou em um horário agendado.
A aquisição e escolha dos produtos solicitados é feita por meio de um serviço de compra e entrega realizado por shoppers (compradores) especializados do Supermercado Now.
Marco, o coronavírus foi um importante gatilho para a aceleração do processo de transformação digital dos supermercados. Você acredita que as ações criadas para atender o momento atual continuarão quando a pandemia acabar?
Acredito que boa parte das ações criadas para atender o atual momento continuarão no pós-pandemia.
Parcerias estratégicas e alinhamento aos desejos dos clientes ajudarão os varejistas a “surfarem” na onda do crescimento e consolidar sua posição no mercado virtual, em uma direção sem volta.
Creio que as lojas físicas não vão acabar, mas a estratégia online das redes tende a mudar e expandir.
Considerando a presença online é uma forte tendência também para o setor supermercadista, quanto as ações que visam o engajamento dos clientes podem contribuir para aumentar o volume de vendas, especialmente das marcas que estão iniciando nessa jornada?
Essas ações contribuem muito para o aumento das vendas.
Quando falamos do setor de supermercados, principalmente no momento da pandemia, temos que pensar que entregamos itens de necessidade básica, incluindo itens frescos. Assim, o cliente precisa confiar que receberá o seu pedido de maneira rápida e segura.
Por isso, pensamos muito na melhor forma de nos comunicarmos e de oferecermos um atendimento cada vez mais humanizado.
Quais dicas você daria para os supermercados que estão se adaptando ao comércio eletrônico para garantirem lucratividade e se manterem presentes no mundo virtual durante e após a pandemia?
Cada varejista precisa entender a sua realidade. Fazer parcerias estratégicas é fundamental para o setor de mercados, uma vez que as plataformas consolidadas, como o Supermercado Now, já têm expertise com soluções de pagamento e logística na entrega, por exemplo.
A grande dica é aliar canais diversificados e parceiros estratégicos para aproveitar a oportunidade durante a crise.
Como a Zoop pode ajudar na digitalização do setor supermercadista
A Zoop é uma fintech líder em tecnologia para serviços financeiros que atende empresas que tenham em sua base estabelecimentos comerciais e vendedores como clientes.
Assim, grandes varejistas, negócios B2B, marketplaces e ERPs são alguns exemplos de segmentos que se beneficiam com nossos produtos e serviços, atendendo as dores de seus clientes e gerando uma nova fonte de receita para a empresa.
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