As empresas fintechs vêm ganhando espaço no Brasil há anos por oferecerem alternativas aos serviços prestados pelos bancos tradicionais.
Essa expansão foi ainda mais acelerada pelas novas práticas e hábitos adotados durante a pandemia do novo coronavírus.
Sobre isso, Gustavo Brigatto conversou com Fabiano Cruz (CEO e Cofundador da Zoop) e com Patrick Hubry (CEO Movile), a fim de, juntos, analisarem como as empresas fintechs continuarão avançando sobre um cenário no qual os serviços financeiros passam a ser incorporados em todos os âmbitos da vida cotidiana.
Confira neste episódio do Papo na Nuvem quais são os próximos passos dessas empresas e saiba mais sobre as diferentes relações de pessoas jurídicas e pessoas físicas com as soluções financeiras atuais.
Entenda também qual é o papel da China nesse desenvolvimento e as lições que podem servir para nós, como o Pix participa desses processos, e algumas das soluções inovadoras para o futuro.
O que se entende por empresas fintechs?
A palavra fintech é a junção dos termos em inglês financial, que significa financeiro, e technology, que na tradução para o português quer dizer tecnologia.
Isso quer dizer que uma fintech é uma startup voltada para a criação, desenvolvimento e entrega de produtos, serviços e soluções financeiras.
O principal foco de uma companhia desse tipo é oferecer para pessoas físicas e jurídicas produtos financeiros 100% digitais, tais como conta digital, cartão de débito, cartão de crédito, entre muitas outras opções.
Uma das principais diferenças entre uma fintech e um banco tradicional é que as startups de serviços financeiros são nativas do mundo online. Por meio de aplicativos próprios, os clientes podem realizar as mais variadas transações e operações financeiras sem precisarem se deslocar até uma agência física.
Esse modo de atuação, além de ser mais prático e moderno, facilita o dia a dia dos usuários bancários e tende a contribuir fortemente para desburocratizar o acesso aos serviços bancários.
Dito isso, é possível entender que empresas fintechs são negócios que oferecem aos seus clientes produtos e serviços bancários próprios, sem precisar se desviar do seu core business para isso.
Como se tornar uma empresa fintech?
Uma das melhores maneiras de transformar a sua companhia em uma empresa fintech é fechando parceria com uma fintech as a service.
Uma fintech as a service é uma startup de serviços financeiros que ajuda outros negócios, independentemente do setor de atuação, a criarem os seus próprios produtos bancários.
Na prática, ela oferece a tecnologia necessária para que você passe a oferecer soluções bancárias aos seus clientes, sem precisar mudar o seu foco de atuação, nem se preocupar com questões regulatórias, desenvolvimento e testes.
E o melhor de tudo isso é que todos os produtos financeiros que decidir entregar para o seu público-alvo podem ser criados para resolver pontualmente suas dores e, além disso, tudo leva a marca da sua empresa.
Basicamente, é ter o próprio banco digital do seu negócio, com os produtos que julgar mais adequado, e oferecê-lo para os seus clientes.
Dica de leitura: “Tenha o seu banco digital! Confira os motivos, vantagens e como fazer isso”
Toda empresa será uma empresa fintech?
De empresas varejistas a ERPs, entre outras, os mais variados negócios estão percebendo o potencial que as empresas fintechs abrigam.
Uma dessas percepções é que as suas receitas podem ser ainda mais desenvolvidas com a participação no mercado financeiro.
Por mais que isso pareça uma novidade, a Casas Bahia é um exemplo de negócio que já oferecia crédito para as pessoas que não conseguiam em meios tradicionais.
Mas, hoje, essas soluções são muito mais baratas e simples. Por isso, fica bem mais fácil que diversas empresas embarquem nessa estratégia.
O grande diferencial atual é exatamente o fato de que quase todo tipo de negócio pode aproveitar dessas vantagens e se tornar uma empresa fintech — as plataformas possibilitam isso e tornam a implementação real —, algo que só era possível para grandes conglomerados há alguns anos.
Como está o processo de democratização do acesso aos serviços financeiros?
Ainda é muito difícil para pessoas e empresas o acesso a contas e a créditos com taxas decentes.
Isso tem a ver com o mercado de bancos, que é extremamente concentrado, como coloca Fabiano:
“Você tem 5 bancos com, basicamente, 80% das carteiras de crédito do país”
O aumento de possibilidades de serviços financeiros só tende a democratizar o acesso aos serviços financeiros.
Um dos principais desafios do momento é fazer com que as empresas fintechs consigam chegar a mais brasileiros, e que não fiquem apenas concentradas nos centros urbanos.
E, para isso, é necessário o incentivo aos comerciantes locais que passaram a fazer parte da realidade durante a quarentena e depois dela.
Hoje, já existem exemplos de regiões onde pouquíssimas empresas chegavam, mas já apresentam tecnologias de serviços financeiros realizadas pelos próprios empreendedores locais.
Qual o nível de competição a ser enfrentado pelas empresas fintechs?
A competição para as empresas fintechs agora é maior, já que a participação de redes varejistas e as relações locais também entraram na conta. Mas isso é algo bom, como argumenta Patrick:
“É muito melhor que tenha essa competição porque, no final, quem ganha é o consumidor, ganha o pequeno empresário”
Hoje, etapas como eliminar filas em banco e maior quantidade de ofertas já são uma realidade.
O desenvolvimento desse setor aponta para a necessidade de inovação já nos próximos dois anos — empresas de tecnologia e startups precisam sempre inovar e mudar, caso contrário, vão ficar para trás.
E para quem trabalha na área, essa premissa não deve ser pensada como uma ameaça, mas como um grande estímulo!
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